terça-feira, 29 de maio de 2012

Licenciaturas: Conheça os melhores créditos para estudar

Raquel Carvalho
29/05/12 13:30


As universidades mostram-se atentas às dificuldades financeiras dos
alunos e há sempre a hipótese do financiamento bancário.

Estudar é um investimento para o futuro. Disso ninguém duvida. Mas
também pode ser uma grande dor de cabeça para muitos pais, que querem
ver os seus filhos tirar um curso superior, mas que se confrontam com
o dilema de não terem posses suficientes para os pagar. Se numa
universidade pública, o investimento maior é feito no início do ano,
com o pagamento de uma propina, que ronda, em média, os mil euros, nas
universidades privadas, as mensalidades podem ultrapassar os 300
euros.


De facto, os valores assustam. No entanto, as universidades mostram-se
atentas às dificuldades financeiras dos alunos, apresentando soluções
de pagamento mais flexíveis. Por outro lado, há sempre a possibilidade
de se poder recorrer ao financiamento bancário para pagar as
licenciaturas. A maioria dos bancos disponibiliza o crédito bancário
com garantia mútua, um programa que consiste num crédito - com o
Estado como fiador - e as suas próprias linhas de financiamento, que
são vantajosas pelas condições que oferecem, como taxas de juro
baixas, 'spreads' que baixam de acordo com as médias finais obtidas
pelos estudantes, entre outros. Além disso, o crédito pode ser
concedido faseadamente, se isso for o que mais convier a quem o
solicitar.

Há características comuns a todos os bancos, mas também algumas
diferenças que podem ser dicisivas na altura de escolher. Passemos a
apresentar caso a caso: No BES, o crédito com garantia mútua oferece
um spread de 1%, 0,65% e 0,2%, consoante a média. O empréstimo, que
vai dos mil aos 25 mil euros, é utilizado ao longo do curso e entregue
em parcelas mensais. O prazo varia entre os 30 e os 204 meses, ou os
21 e os 48 meses para programas internacionais. Já a Linha BESUp
Futuro financia até 30 mil euros, até 120 meses, com taxa de juro
fixa. O aluno que vier de instituições com protocolo com o BES
beneficiam de uma bonificação de 2%.

Já o Santander Totta, e no que se refere ao crédito ensino superior
com garantia mútua, oferece um 'spread' que varia entre 0,2% e 1%,
consoante a média. As tranches são mensais de igual valor, num máximo
de cinco mil euros por ano. O prazo de carência é de um ano e o de
reembolso de dez.

Já o "crédito universitário plus" financia até 30 mil euros em
Portugal e 75 mil euros no estrangeiro. O 'spread' é de 3% e a taxa de
juro variável indexada à Euribor a seis meses. O prazo máximo é de 60
meses, podendo ir até aos 24 meses.

Também a Caixa Geral de Depósitos (CGD) e o BPI disponibilizam
soluções de financiamento com condições vantajosas. Na CGD, o
crediformação financia licenciaturas em Portugal até 30 mil euros, ou
no estrangeiro até 50 mil euros, num prazo máximo de 14 anos, com taxa
de juro indexada à Euribor a três meses, e um 'spread' que diminui
quanto mais alta for a média. Para escolas com protocolos com a CGD,
há desconto de 25%. Já quem optar pelo crédito com garantia mútua, o
financiamento vai até aos cinco mil euros, por ano, num máximo de 25
mil euros, até 16 anos, com 'spread' de 1%.

No caso do BPI, o crédito formação permite solicitar montantes de mil
até 75 mil euros, a pagar de 24 a 120 meses. São possíveis
amortizações totais ou parciais, sem penalizações. A taxa de juro é
indexada à Euribor a três meses e o 'spread' de 3,5%. A utilização do
crédito pode ser faseada, se optar por carência, com mobilização de
tranches mínimas de 1.250 euros. Pode optar por um período de carência
de capital de 12 meses ou múltiplo de 12 meses, num máximo até 60
meses.

Pode ainda recorrer ao Millenniumbcp que, através do crédito
universitário financia até 15 mil euros em Portugal e 30 mil euros no
estrangeiro, com reembolso até 60 meses e utilização até 36 meses. A
taxa de juro é indexada à Euribor a três meses e o 'spread' de 4%. As
tranches podem ser mensais, trimestrais, semestrais ou anuais. O
crédito com garantia mútua financia até 25 mil euros, em tranches
mensais, com o 'spread' a variar entre 1% e 0,2%, em função da
classificação. Na página ao lado, pode consultar simulações que
permitem antever o que poderá ficar a pagar.

Procura crescente por financiamento
Apesar do clima económico que se vive não ser muito favorável a
grandes investimentos, os bancos têm registado uma procura constante
pelos vários produtos e serviços relacionados com o crédito a
estudantes. No BPI, por exemplo, em 2011, "o crédito formação registou
um crescimento de 45% face a 2010", diz fonte oficial do banco. Já no
BES, "a procura tem sido constante", garante fonte do banco, que frisa
que a oferta "vai-se ajustando à evolução do mercado e às necessidades
dos clientes". Também no Santander Totta, apesar da crise,
verifica-se, no presente ano lectivo, "um aumento da procura do
crédito ao ensino superior, face ao período homólogo do ano anterior",
informa fonte oficial, sublinhando a grande vantagem associada à
possibilidade de se pagar apenas depois de terminado o curso: "o facto
do pagamento da dívida se iniciar apenas um ano após o final do curso,
o que dá aos alunos a possibilidade de entrarem no mercado de trabalho
já formados". O Santander Totta acredita, por isso, que estes
financiamentos são o "apoio necessário para se iniciar a vida activa".

Santander Totta
Um aluno que opte pelo Crédito Ensino Superior do Santander Totta
ficará a pagar 57,54 euros mensais, após o período de carência de 12
meses, para financiar a sua licenciatura, e tendo em conta um pedido
de financiamento de seis mil euros, num prazo total de 168 meses, com
período de reembolso de 120 meses. O período de libertação da bolsa é
de 36 meses, sendo que, por ano, o aluno recebe um total de dois mil
euros.

A taxa anual é de 2,7% e o TAEG de 3,6%, sendo importante referir que
o pedido de financiamento terá associado um imposto de selo, com um
custo total de 36 euros, a que se somam encargos no mesmo valor, bem
como comissão de gestão de 1,65 euros por mês.

Já quem optar por um financiamento de 15 mil euros, também por 168
meses e no mesmo período de carência e reembolso, ficará com uma
prestação mensal de 153,85 euros, com taxa de juro de 2,7% e TAEG de
9,232. Por ano, o crédito será de cinco mil euros no total, tendo o
pedido de crédito um encargo de 90 euros, o mesmo valor do Imposto de
Selo pela sua utilização. O 'spread' varia entre 0,2% e 1% consoante a
média final.

Millenniumbcp
Quem recorrer ao Crédito Universitário Millenniumbcp para um
financiamento de seis mil euros, com entrega de três tranches anuais
de dois mil euros, a pagar a 60 meses, durante os três anos de duração
do curso, apenas paga juros, no valor de 11,37 euros por mês, no
primeiro ano, 22,73 euros, no segundo, e 34,10 euros, no terceiro,
começando a amortizar o empréstimo no ano seguinte, numa prestação de
118,30 euros, durante 96 meses. O 'spread' é de 5,7%, o valor
indexante de 0,858% e a taxa nominal de 6.558%, com TAEG de 7,3%. Com
as mesmas características, mas num financiamento de 15 mil euros, com
tranches anuais de cinco mil euros, a pagar em 60 meses, durante três
anos, o cliente apenas paga juros, no valor de 28,42 euros, no
primeiro ano, 56,84 euros, no segundo, e 85,22 euros no terceiro ano.
No período de amortização a prestação é de 295,75 euros.

Se o crédito de seis mil euros for através de garantia mútua, com
entrega de 36 tranches mensais de 166.67 euros, durante esse período,
o cliente apenas paga 16,73 euros de juros. No período de amortização,
que é de 72 meses, a prestação fica em 92,30 euros, pressupondo um
'spread' de 1%, uma taxa de juro de 3,217 e um TAEG de 3,266%.

Optando pelo crédito Universitário com Garantia Mútua do
Millenniumbcp, para um financiamento de 15 mil euros, o cliente
receberá durante 36 meses, tranches mensais de 416.67 euros, a pagar
em 72 meses. Durante esse período, é debitado apenas o valor dos
juros, que é de 41,82 euros.

De seguida existe um período de carência de 12 meses. Chegado ao
período de amortização, a prestação fica em 230,97 euros, tendo em
conta a mesma taxa de juro, indexante e TAEG, bem como o 'spread' de
1%.

http://economico.sapo.pt/noticias/conheca-os-melhores-creditos-para-estudar_143524.html

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